18 de janeiro de 2013

B fachada: a análise que se impõe



Na Taberna do Maradona, tive a oportunidade há uns tempos atrás, de dar a conhecer o meu veredicto sobre o B Fachada, como tal, o veredicto final sobre o tema. Porém, na caixa de um dos comentários do colega filósofo alf, está-se a desenrolar uma mesa-quadrada absolutamente desnecessária e isso obriga-me a voltar de novo a um tema que eu julgava encerrado. Como até estou com tempo, vamos lá esclarecer esta merda de uma vez por todas porque eu não tenho paciência para estar sempre a explicar o mesmo perante a passividade de algumas pessoas que teimam em não entender as coisas. Coloquem o capacete e contem até dez. Respirem fundo e imaginem as minhas palavras a entrar nas vossas cabeças como aqueles secadores de cabelo para as velhotas que fazem mise. Deixem-se envolver.



A música do B Fachada é pobre, não porque tenha muitos ou poucos acordes, como alguns simplórios que não entendem nada de música referem, mas porque é má. Os que confundem acordes com posições dos dedos na mão esquerda, esquecem que a hipotética simplicidade ou complexidade de uma música não passa por aí. Passa antes por outros factores que eu terei tudo o gosto em clarificar, mas apenas àqueles que entendem alguma coisa do assunto, para que possamos ter uma conversa minimamente produtiva sobre o tema. E tocar Dó maior, Lá menor, Ré maior e Sol maior não basta; saber música é um bocado mais do que isso.

O que faz com que a música do B seja efectiva, comprovada e certificadamente uma merda? Vamos aos aspectos principais, eles bastam. O timbre de voz do B oscila entre o Vasco Santana a pedir lume ao candeeiro e o António Silva a dizer para as pessoas esperarem enquanto as válvulas do rádio aquecem. A extensão vocal da voz do B nem uma oitava alcança; fica-se aí por uma quinta diminuta. Aliás, no B tudo é diminuto, à excepção da falta de vergonha na cara: essa transborda, tivesse ele um pingo dela e trataria de estar calado. Quanto à capacidade de execução, B limita-se a tocar viola, no sentido em que o corpo dele toca na viola quando lhe pega. Tocar no sentido de produzir música daquelas cordas presas a uma caixa de madeira, isso já é outra história. De harmonia nem vale a pena falar, a pouca que ali se vislumbra é banal e desinteressante. O que o B toca é o que tocam as pessoas antes de aprenderam a tocar guitarra. O ritmo é o de quem não é capaz de manter no tempo um 4/4 durante cinco compassos seguidos; deve haver mais precisão rítmica num martelo pneumático a furar betão do que nas musiquetas do B. Eu, pelo menos, prefiro ouvir um martelo pneumático do que ouvir o B. Em matéria de letras mais do mesmo: rimas infantis, métrica disparatada de quem não faz ideia do que seja escrever para cantar e prosódia medíocre. Um daqueles casos em que tudo é mau, como ilustra o pequeno vídeo citado pelo alf em que o B resolve armar em parvo com uma velhota que inteligentemente não está para o aturar e o deixa a falar/berrar/gemer sozinho. (não coloco link porque achei essa coisa da música portuguesa a gostar de si própria uma colectânea exemplificativa do que de mais indigente se faz na música em Portugal e eu não me posso esquecer que este blog é lido por crianças). Passo ao lado do pedantismo hispter da criatura. Meia dúzia de jornalistas e críticos ignorantes – todos os críticos tugas de música pop/rock, à excepção de dois, são ignorantes nas mais básicas noções do que é ser músico, compor música, tocar um instrumento, tocar ao vivo, etc. – juntaram-se para inventar o B. Cabe-nos a nós, pessoas esclarecidas e providas de bom senso, repor a verdade dos factos.

Um bom fim de semana a todos, com uma dedicatória muito especial às leitoras que costumam ter sonhos eróticos comigo.

10 comentários:

  1. heheheheheh
    se a imodestia fosse música teriamos uma sinfonia

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  2. Boa tarde :)

    O B Fachada , como o nome indica são uma fachada :) uma porcaria como já tive oportunidade de o dizer lá no alf :)

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    1. terrivelmente precipitada :) só agora vejo que o locke do link não é o outro :)
      thanks :)

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    2. capt.
      Obrigada pelos links :)
      comecei pelo locke para um lamiré geral :)não é o máximo mas a minha curiosidade ficou satisfeita com algumas explicações... :) percebi o por quê de alguns fetiches de myself:)
      entre eles querer ser mosca :)e a noção que já tinha que uma burka dá muito mais jeito do que aquilo que as pessoas que não sabem pensam.

      o livro do post ainda só vou na introdução ... não resisti e fui ler o capitulo do Proust :)

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  3. eh pá... bom bom era alguém explicar o cinema do sapinho da mesma maneira

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    1. Não posso fazer tudo sozinho, conto com o contributo dos meus colegas para a educação sentimental das pessoas.

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  4. o meu capitão haveria de usar de um pouco mais de rigor na fundamentação

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  5. Épa! haja alguém que concorde comigo! Os meus tímpanos quase rebentaram a "tentar" ouvir o B. Cheguei quase a pensar que era eu que estava errado. Muito obrigado por este magnifico texto.

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